SAMU recebe em média 300 trotes por mês em Feira de Santana
Das 14.355 chamadas recebidas entre janeiro e junho deste ano pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Feira de Santana, 1.797 foram trotes – um percentual de 12%. O trote pode parecer uma brincadeira leve e descontraída para algumas pessoas, mas prejudica o trabalho dos atendentes e pode custar a vida de um cidadão. Afinal, em vez de atender uma real necessidade, acabam perdendo o tempo em linha com uma falsa ligação de urgência.
O mês de maior incidência foi março, quando foram registrados 400 trotes. Se comparar com o último mês, em junho, houve redução de 58% com 165 casos. Apesar da queda, os dados são preocupantes.
“A população necessita do serviço em momentos de urgência e emergência, quando há risco de morte. Se o número 192 é ocupado por uma ligação indevida, como um trote, aquela pessoa deixa de ser atendida e fica em perigo”, alerta a coordenadora do SAMU, Maiza Macedo.
Passar trotes aos serviços de emergência é um crime previsto pelo artigo 266 do Código Penal Brasileiro e o infrator pode pegar de um a seis meses de detenção. Além disso, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), esse tipo de ligação é um ato infracional gravíssimo e quem o comete deve ser encaminhado para a Vara da Infância e da Juventude para que sejam aplicadas as medidas socioeducativas.
Em Feira de Santana, a Lei nº 3761 de 9 de outubro de 2017 impõe multa no valor de um salário mínimo a cada ligação feita ao órgão e o valor arrecadado é revertido em benefícios para o SAMU, como compra de materiais e capacitação dos profissionais.
Ligações repetitivas, com informações vagas e desencontradas são enquadradas como trotes. O número do telefone que realizou a ligação é repassado para a Anatel, que deverá identificar o responsável pela linha telefônica.
Para combater a prática, o SAMU realiza um trabalho educativo nas escolas, orientando a população sobre a funcionalidade do serviço e quando ele deve ser acionado.